Petrobras comprova “boa produtividade” de poço descoberto na Colômbia



O Sirius-2 fica na Bacia de Guajira, no Mar do Caribe, a 31 quilômetros da costa e a 804 metros de profundidade. O reservatório se encontra a 76 quilômetros da cidade de Santa Marta.
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“O resultado preliminar do teste reforça o potencial volumétrico para gás na região”, frisou a empresa.
A Petrobras atua na exploração e produção de petróleo e gás na Colômbia por meio da subsidiária Petrobras International Braspetro B.V – Sucursal Colômbia (PIB-COL), que opera em consórcio com a estatal de petróleo do país vizinho Ecopetrol. Os colombianos detêm 55,56% do consórcio; os brasileiros, 44,44%.
Quando o consórcio anunciou a descoberta do poço, em agosto, a nomenclatura era Uchuva. Somente depois passou a ser conhecido como Sirius.
Bloco exploratório
Além do Sirius-2, as empresas exploram o Sirius-1, poço vizinho que fica no mesmo bloco exploratório.
“O consórcio dará continuidade à avaliação dos resultados obtidos com a perfuração dos poços Sirius-1 e Sirius-2, conforme planejamento e previsões contratuais junto à Agência Nacional de Hidrocarburos (ANH)”, afirmou a Petrobras.
A ANH, vinculada ao Ministério de Minas e Energia da Colômbia, é a agência reguladora do setor de petróleo e gás na Colômbia, similar ao papel que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) exerce no Brasil.
No comunicado desta segunda-feira, a Petrobras afirma que a exploração no bloco marítimo Bacia de Guajira Offshore (GUA-OFF-0) “está alinhada à estratégia de longo prazo da companhia, visando à recomposição das reservas de petróleo e gás por meio de exploração de novas fronteiras e atuação em parceria, assegurando o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética”.
Campo gigante
A região onde está o poço Sirius-2 pode ser entendida como parte da margem equatorial, como afirmou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, em 5 de dezembro de 2024. Na ocasião, a estatal informou ter descoberto na região o maior reservatório de gás natural da história do país vizinho.
Apesar do grande volume, a estatal brasileira afirmou que o destino da produção seria para o mercado de gás colombiano, devido à grande demanda do país.
Margem equatorial
A margem equatorial ganhou notoriedade nos últimos anos por ser tratada como nova e promissora fronteira de exploração de petróleo e gás. Descobertas recentes de petróleo nas costas da Guiana, Guiana Francesa e Suriname mostraram o potencial exploratório da região, localizada próxima à linha do Equador.
No Brasil, se estende a partir do Rio Grande do Norte, e segue até o Amapá. A Petrobras tem 16 poços na nova fronteira exploratória, no entanto, só tem autorização do Ibama para perfurar dois deles, na costa do Rio Grande do Norte.
A exploração é criticada por ambientalistas, preocupados com possíveis danos ambientais. O Ibama negou a licença para outras áreas, como a da Bacia da Foz do Amazonas. A Petrobras pediu ao instituto, ligado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), uma reconsideração e espera uma decisão.
A Petrobras insiste que a produção de óleo a partir da margem equatorial é uma decisão estratégica para que o país não tenha que importar petróleo.
Petrobras no mundo
A atuação da estatal brasileira é uma forma de buscar fontes que reforcem as reservas de óleo e gás da empresa. Há menos de um mês, a diretora Sylvia Anjos informou sobre a necessidade de adquirir campos de petróleo em países africanos, principalmente em Angola, na Namíbia e na África do Sul.
A Petrobras já tem também três blocos exploratórios em São Tomé e Príncipe, na costa ocidental da África.
Américas
Na Argentina, por meio da subsidiária Petrobras Operaciones S.A., a companhia detém uma participação de 33,6% no ativo de produção Rio Neuquén.
Na Bolívia, produz gás principalmente nos campos de San Alberto e San Antonio, com 35% de participação em cada um desses contratos de operação de serviços, que são operados principalmente para fornecer gás ao Brasil e à Bolívia.
Nos Estados Unidos, a atuação se dá em campos em águas profundas no Golfo do México, com participação de 20% da Petrobras America Inc., formando com a Murphy Exploration & Production Company a joint venture MPGoM.
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