Em um cenário único de falésias brancas e banhado pelo mar, há 25 anos o espetáculo da Paixão de Cristo movimenta a vila de pescadores de Quixaba, no município de Aracati, durante a Semana Santa. Só este ano, mais de 12 mil visitantes se emocionaram e acompanharam o trajeto de cerca de 1km durante a apresentação da maior encenação ao ar livre do Ceará e a única a beira mar do Brasil.
Organizada e encenada pelos próprios moradores da comunidade, a Paixão de Cristo de Quixaba retrata momentos da vida de Jesus Cristo, desde o batismo até a crucificação e ressurreição. O espetáculo conta com mais de 2h30 de duração, percorrendo as principais vias do vilarejo até chegar à arena, ponto forte da apresentação. Ao todo, mais de 300 pessoas estão envolvidas na produção, entre elenco, figurinistas, equipe técnica, operadores de som e iluminação.
“A Paixão de Cristo nasceu do sonho de evangelizar, mas cresceu. Hoje, faz parte da nossa cultura, tradição e da nossa fé. A cada ano, pescadores, marisqueiras, rendeiras, artesãos, donas de casa e empreendedores locais se unem para manter viva a tradição que emociona o público que assiste à maior encenação ao ar livre do Ceará”, destaca Silvania Mascarenhas, fundadora do espetáculo.
Além de se transformarem em verdadeiros atores e atrizes, durante todo o ano, a comunidade se reúne em ensaios e oficinas na confecção das peças utilizadas na apresentação. “Para mim é uma honra e uma emoção imensa. Coração vai a mil. Tudo isso é fruto de um trabalho intenso que só é possível graças a união de nossa comunidade. Durante todo o ano trabalhamos renovando as vestimentas, cenários, ensaiamos, planejamos e fazemos o melhor para que todos os nossos visitantes possam viver esse momento de forma inesquecível e se emocionar”, afirma Daniel Barbosa, ator que interpreta Jesus.
Para Bruno Brasil, um dos organizadores do evento, o espetáculo também representa uma importante fonte de renda para a vila. “Esse é um evento que emociona, mas também é fundamental para a economia da comunidade. 100% dos meios de hospedagem foram ocupados. A gente vê o impacto direto no comércio, na gastronomia, no transporte. É a cultura transformando vidas de verdade e movimentando a economia”, destaca.
Lindo espetáculo