A Prefeitura de Caucaia informou, por meio das redes sociais, que as catracas deverão retornar aos ônibus do programa “Bora de Graça”, responsável pelo transporte coletivo gratuito no município. A justificativa, segundo a gestão municipal, é de que a medida servirá para “coletar dados sobre o número real de passageiros e garantir mais transparência aos custos financeiros do sistema”.
No entanto, a decisão gerou críticas entre usuários. Isso porque a empresa que opera o sistema é remunerada por quilômetro rodado e não por número de passageiros transportados — ou seja, a volta das catracas não altera diretamente o custo operacional do programa, mas pode agravar a lentidão no embarque e provocar ainda mais superlotação nos veículos, especialmente em horários de pico.
As catracas haviam sido retiradas simbolicamente em 12 de setembro de 2024, como forma de comemorar os três anos de gratuidade do transporte público em Caucaia. A medida foi celebrada à época como uma inovação que facilitava o fluxo dos usuários e dava mais agilidade ao sistema.
Desde que o prefeito Naumi Amorim (PSD) assumiu a gestão, o programa tem enfrentado dificuldades. Houve redução de frota e corte de R$ 1 milhão no orçamento mensal do “Bora de Graça”, o que causou atrasos, lotações e queixas constantes dos passageiros.
“Seguimos trabalhando para garantir um transporte público gratuito, justo e de qualidade para quem mais precisa. Estamos fiscalizando o serviço e realizando estudos”, disse a prefeitura na publicação oficial.
A declaração, no entanto, contrasta com a realidade vivida por usuários diariamente. A reintrodução das catracas, mesmo sem impacto direto nos repasses à empresa operadora, é vista por muitos como um retrocesso e levanta dúvidas sobre os rumos do programa.
Durante a campanha, Naumi prometeu expandir a gratuidade para o transporte alternativo, mas, até agora, o que se tem visto é a redução do serviço tradicional — e, agora, a volta de um mecanismo que havia sido retirado como símbolo de avanço.