Moradores de Caucaia que tentam realizar o agendamento online para atualização do Cadastro Único (CadÚnico) têm enfrentado uma dura realidade: o sistema só disponibiliza datas a partir de dezembro de 2025. Ou seja, são quase seis meses de espera para quem precisa manter benefícios sociais como o Bolsa Família, o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e outros programas essenciais.
A longa espera evidencia a fragilidade do atendimento social no município, que falha em oferecer um serviço básico de forma eficiente. O CadÚnico é a principal ferramenta de acesso a políticas públicas sociais, e o atraso no agendamento pode acarretar o bloqueio ou a suspensão de benefícios, prejudicando diretamente famílias em situação de vulnerabilidade.
“É um absurdo. Como a pessoa que precisa de ajuda agora vai esperar até dezembro para atualizar o cadastro? Isso é brincar com a necessidade do povo”, relata uma moradora da região da Grande Jurema, que tenta agendar há mais de um mês.
A crise no agendamento online do CadÚnico soma-se a uma série de retrocessos nas políticas sociais do município:
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O programa Bora de Graça, que oferece transporte público gratuito, sofre com corte de R$ 1 milhão no orçamento mensal, afetando sua sustentabilidade.
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O Bora Conectar, que fornecia internet gratuita a estudantes da rede pública, foi suspenso após o cancelamento do contrato com a empresa responsável.
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O Bora Habitar, voltado para moradia popular, segue sem previsão de retomada e sem diálogo da prefeitura com os beneficiários.
Diante desse cenário, especialistas e lideranças comunitárias cobram transparência e soluções imediatas por parte da gestão municipal. Até o momento, a Prefeitura de Caucaia não se pronunciou oficialmente sobre os problemas no sistema de agendamento online nem apresentou medidas emergenciais para corrigir a situação.
Enquanto isso, milhares de famílias seguem sem respostas e sem acesso a serviços que deveriam ser garantidos por direito. Em tempos de crise social e econômica, a falta de atenção às políticas públicas básicas representa um grave retrocesso na dignidade e na cidadania da população caucainse.
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