Há algumas semanas, o vereador Tancredo Santos (PL) esteve em visita a uma escola na região do Genipabu. Na ocasião, fez críticas à gestão passada e deixou a impressão de que se tratava de uma obra municipal que só teria avançado após sua eleição.

Para surpresa de muitos, entretanto, o secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Chagas Vieira, veio a público afirmar que a obra é, na verdade, uma realização do Governo do Ceará, comandado pelo governador Elmano de Freitas (PT). A declaração colocou o parlamentar, aliado do bolsonarismo em Caucaia, numa situação inusitada: a de demonstrar gratidão por uma obra atribuída a um governo petista.

Outro detalhe relevante é que, entre processo de licitação, início, andamento e conclusão, dificilmente uma obra desse porte seria entregue em apenas oito meses. Isso reforça a avaliação de que não há qualquer relação direta entre a execução do projeto e o atual mandato de Tancredo, cuja atuação tem se destacado muito mais pelo discurso midiático, polêmicas e exposição em redes sociais do que por efetiva capacidade de execução de políticas públicas.

O episódio levanta questionamentos:

  • Estaria o vereador tentando se apropriar de realizações estaduais para ganhar créditos políticos em Caucaia?

  • Onde entra, de fato, a participação da Prefeitura, responsável legal pela execução de obras públicas no município?

  • E, sobretudo, será que Caucaia tem um prefeito com protagonismo na condução das melhorias locais, ou o espaço político vem sendo ocupado por um “vereador-executivo”?

Entre a gratidão forçada e a demagogia, a realidade dos fatos está posta para quem quiser enxergar. Para os que preferem não ver, resta viver na ilusão de que um único vereador teria se transformado no “primeiro prefeito paralelo” da história política de Caucaia.

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