O primeiro dia da greve dos médicos em Caucaia, registrada nesta semana, escancarou o colapso da saúde pública no município. Com profissionais cobrando salários atrasados e melhores condições de trabalho, a população é quem mais sofre com a paralisação: pacientes estão voltando para casa sem atendimento nas duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Hospital Municipal Dr. Abelardo Gadelha.
Nossa equipe de jornalismo percorreu os três principais equipamentos de saúde da cidade nesta quinta-feira (29) e constatou a gravidade da situação.
No Hospital Municipal Dr. Abelardo Gadelha, no Parque Soledade, o cenário era de abandono. Pacientes relataram a ausência total de médicos na unidade e a falta de água no bebedouro da recepção, o que agravou ainda mais a angústia de quem aguardava socorro.
Já na UPA do Centro de Caucaia, a situação não era diferente. Apenas casos classificados como emergências (laranja e vermelho) estavam sendo atendidos. Quem buscava atendimento para casos menos graves teve que retornar sem previsão de nova consulta. A frustração dos pacientes era visível.
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A última parada da reportagem foi na UPA da Jurema, onde o cenário se repetia. Apenas atendimentos de urgência estavam sendo realizados. Quem procurava cuidados médicos com sintomas leves ou moderados saía da unidade sem atendimento.
De um lado, os médicos reivindicam o pagamento dos seus salários e melhores condições de trabalho. Do outro, a população cobra da prefeitura a normalização imediata dos serviços e mais compromisso com a saúde pública, que, segundo o próprio prefeito Naumi Amorim, seria uma das prioridades da gestão.
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A crise instalada exige resposta rápida do poder público para evitar que o caos na saúde se agrave ainda mais nos próximos dias.