Caucaia, a segunda cidade mais populosa do Ceará, voltou a figurar entre os piores desempenhos do país no que diz respeito ao saneamento básico. De acordo com o Ranking do Saneamento 2025, divulgado nesta terça-feira (15) pelo Instituto Trata Brasil, o município ocupa a 79ª posição entre as 100 maiores cidades brasileiras, com nota 5,51 em uma escala de 0 a 10.

O estudo, baseado nos dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa), revela que apenas 42% da população caucaienses possui ligação à rede de esgoto. Considerando apenas a zona urbana da cidade, esse número sobe ligeiramente para 47%, ainda deixando mais da metade da população desassistida de um serviço essencial à saúde e ao meio ambiente.

Enquanto os indicadores de acesso à água em Caucaia registraram leve avanço em relação ao ano anterior, o esgotamento sanitário permanece como um dos principais gargalos. Isso se reflete diretamente em problemas de saúde pública, poluição ambiental e dificuldade no desenvolvimento urbano.

Segundo o diretor executivo da Ambiental Ceará, Fábio Arruda, o problema não está apenas na ausência de rede coletora, mas também na falta de conexão das residências à infraestrutura já existente. “O pessoal possui a infraestrutura, mas de alguma forma está causando degradação ambiental, seja com fossa séptica, seja com lançamento in natura nos nossos rios e córregos”, explica.

A Ambiental Ceará, em parceria com a Cagece, é responsável pelo manejo do esgotamento sanitário em 24 municípios cearenses, incluindo Caucaia. A empresa aponta que, em todo o estado, cerca de 180 mil imóveis possuem rede de esgoto disponível, mas não estão ligados ao sistema, agravando os impactos ambientais e sanitários.

Diante desse cenário, a situação de Caucaia exige ações urgentes e coordenadas do poder público, com ampliação da infraestrutura, fiscalização e campanhas de conscientização para garantir que os moradores façam a devida conexão à rede coletora.

A falta de investimento adequado e políticas públicas eficazes tem colocado Caucaia na contramão do desenvolvimento urbano sustentável, e os dados do ranking nacional reforçam a necessidade de priorizar o saneamento como direito básico e elemento fundamental para a qualidade de vida da população.

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