A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada nesta quarta-feira (14/5) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão em regime fechado, afirmou nesta quinta-feira (15/5) que não esperava acolhimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diante da decisão da Corte.
Apesar do distanciamento de Bolsonaro, a parlamentar disse ter recebido manifestações de apoio por parte de Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do ex-presidente, e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
“De um tempo para cá, eu não esperava ser acolhida. Numa situação como essa, é difícil esperar acolhimento das pessoas. Mas eu sei que tenho acolhido a família. A Michelle já me procurou, Flávio Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro já comentou meu caso”, declarou Zambelli.
A condenação se deu por falsidade ideológica e pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. Segundo a acusação, Zambelli teria agido em conjunto com o hacker Walter Delgatti Neto, também condenado, para inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, com assinatura forjada do próprio magistrado.
Além da nova sentença, Zambelli acumula outras condenações. Em março deste ano, o STF já havia formado maioria para aplicar à deputada 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto por porte ilegal de arma de fogo, após ela perseguir um homem armada pelas ruas de São Paulo, na véspera das eleições de 2022.
Em janeiro, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) também determinou a cassação de seu mandato por disseminação de desinformação eleitoral, em ação movida pelo PSol.
A defesa da deputada ainda pode apresentar recursos, mas as condenações marcam um dos momentos mais delicados da trajetória política de Carla Zambelli, que era um dos nomes mais próximos de Bolsonaro no Congresso Nacional.
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