O Sindicato dos Médicos do Ceará e o Sindsaúde realizaram, nesta semana, uma manifestação em frente ao Hospital Municipal Abelardo Gadelha da Rocha, em Caucaia, para denunciar o que classificam como o colapso da saúde pública no município. Segundo as entidades, os profissionais médicos não recebem salários desde o ano passado, e não há qualquer previsão oficial de pagamento.
Apesar de sucessivas reuniões com o prefeito de Caucaia e o secretário municipal de Saúde, os acordos firmados não foram cumpridos, agravando ainda mais a crise no setor. Diante da instabilidade, muitos médicos consideram a possibilidade de paralisação ou desligamento, o que pode comprometer o já limitado atendimento oferecido à população.
Situação crítica
Além do atraso salarial, os sindicatos denunciam falta de profissionais em escalas, escassez de medicamentos e insumos básicos e condições inadequadas de trabalho. Essas deficiências, segundo as entidades, afetam diretamente o funcionamento da unidade hospitalar e o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O caos instalado é consequência direta da má gestão dos recursos públicos. Sem pagamento e sem estrutura, é impossível garantir um serviço de qualidade”, afirma um representante do Sindicato dos Médicos.
Mobilização e medidas judiciais
Diante da situação, os sindicatos anunciaram que irão:
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Acionar a Justiça para garantir o pagamento dos salários atrasados;
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Buscar apoio de parlamentares e vereadores do município;
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Manter manifestações públicas para chamar atenção da sociedade.
A mobilização também visa pressionar o poder público a implementar soluções imediatas que contemplem tanto os profissionais quanto a população que depende da rede municipal de saúde.
Apelo à população
“Essa luta é de todos. Queremos um sistema de saúde digno, público e de qualidade. E isso passa, necessariamente, por respeitar os profissionais da saúde e valorizar o atendimento básico”, reforça o Sindsaúde.
A crise expõe um cenário alarmante em Caucaia, onde o sucateamento do serviço de saúde pública avança em meio a promessas não cumpridas e à ausência de planejamento efetivo. Os trabalhadores afirmam que seguirão mobilizados até que suas demandas sejam atendidas e que a população volte a contar com um serviço de saúde eficiente, humanizado e funcional.
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