Apesar da renovação do decreto de contingenciamento de gastos, que tem prejudicado diversos serviços e programas essenciais em Caucaia, a Prefeitura segue mantendo contratos milionários que levantam questionamentos sobre as reais prioridades da gestão municipal.
Nesta semana, foi publicado no Diário Oficial do Município o extrato da Ata de Registro de Preços para a eventual aquisição de água mineral, água adicionada de sais minerais e vasilhames destinados às unidades da Secretaria Municipal de Educação. O valor global do contrato chama atenção: R$ 399.734,50.
A medida soa contraditória diante da justificativa de crise financeira usada para manter em vigor o decreto de contingenciamento, que já impactou diretamente iniciativas como o programa “Bora de Graça”, responsável por zerar a tarifa no transporte público. Além disso, a própria rede municipal de ensino sofre com falta de professores em algumas escolas, o que compromete diretamente a qualidade da educação oferecida aos estudantes.
Enquanto há escassez de recursos para manter programas sociais e estruturas básicas funcionando plenamente, a autorização de uma licitação com valor tão elevado para fornecimento de água mineral — um item que poderia ser melhor gerido com soluções mais econômicas — levanta críticas sobre a coerência e transparência na alocação dos recursos públicos.
A publicação oficial, em meio à crise fiscal alegada pela administração, alimenta o debate sobre prioridades do governo municipal, especialmente quando o impacto das restrições atinge diretamente a população mais vulnerável.
Moradores e representantes da sociedade civil começam a cobrar mais clareza sobre a real situação financeira da cidade e exigem que, antes de se comprometer com gastos dessa natureza, a prefeitura garanta que nenhuma criança fique sem professor em sala de aula e que serviços essenciais não sejam paralisados ou precarizados.
A crise é real ou seletiva? A população de Caucaia quer respostas.
