Os pagamentos destinados à Rede Globo e suas afiliadas a título de publicidade pela Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República e dos ministérios registraram um aumento significativo de 60% em 2023, marcando o primeiro ano do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo dados do site Poder360, os gastos com a emissora atingiram a marca de R$ 142 milhões no ano passado, contrastando com os R$ 89 milhões investidos em 2022, durante o último ano de Jair Bolsonaro (PL) como chefe do Executivo.

O levantamento realizado pelo Poder360 junto aos sistemas de comunicação do governo federal revelou que, em 2022, os canais vinculados à Globo receberam 28% da verba destinada à publicidade governamental de TV. Sob o governo Lula, esse percentual escalou para 56%, evidenciando uma mudança significativa na distribuição de recursos.

A preferência da Secom pela emissora da família Marinho gerou debates sobre a justiça na distribuição de verbas publicitárias entre os diferentes veículos de comunicação. Enquanto a Rede Globo obteve vantagens financeiras expressivas, outras redes como Record, SBT, Bandeirantes e RedeTV e suas afiliadas registraram uma redução significativa nos pagamentos recebidos em comparação com o ano anterior.

Questionada sobre os dados pelo Poder360, a Secom de Lula respondeu que os números são parciais e estão sujeitos a "constante atualização", o que pode gerar "distorções e interpretações equivocadas". No entanto, a secretaria não ofereceu uma interpretação específica dos dados divulgados pelo portal, deixando em aberto o debate sobre as políticas de comunicação adotadas pelo governo e suas implicações na distribuição equitativa de recursos publicitários.