O primeiro semestre letivo de 2025 em Caucaia foi marcado por reclamações generalizadas de pais de alunos sobre a falta de professores e cuidadores nas escolas municipais. Em diversas unidades, a carência de profissionais foi tanta que os alunos eram liberados mais cedo por falta de aulas, afetando diretamente o aprendizado e a rotina das famílias.
Apesar das cobranças, o prefeito Naumi Amorim (PSD) usou suas redes sociais nesta semana para comemorar a chegada de placas de energia solar em algumas escolas, destacando que a medida permitirá o uso de ar-condicionado nas salas de aula. A fala gerou estranheza, especialmente porque, recentemente, a gestão municipal adquiriu 4 mil ventiladores para a rede pública de ensino — um investimento que agora parece ser contraditório com o novo discurso de climatização.
O prefeito, no entanto, não mencionou se o problema da falta de professores e cuidadores já foi solucionado. Para muitos pais e trabalhadores da educação, esse silêncio é revelador: os anúncios de modernização e tecnologia não estão acompanhados de medidas práticas para resolver os problemas mais urgentes da educação em Caucaia.
Além disso, vale lembrar que o município segue sob um decreto de contingenciamento de gastos, o que levanta dúvidas sobre a coerência dos investimentos anunciados. Como justificar a aquisição de milhares de ventiladores se o plano agora é instalar ar-condicionado? E como priorizar placas solares se ainda faltam profissionais em sala de aula?
Com isso, Caucaia segue como símbolo de contradições: discursos bonitos nas redes sociais, mas uma realidade marcada por salas vazias, pais insatisfeitos e uma educação que ainda clama por atenção.
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