Em meio ao agravamento da crise na saúde pública de Caucaia, o secretário de Saúde do município, Moacir Soares, se manifestou nesta sexta-feira (29) por meio de vídeo nas redes sociais, tentando responder à greve deflagrada pelos médicos que atuam na rede municipal. No entanto, a fala do gestor deixou de abordar pontos cruciais, como a situação crítica enfrentada no Hospital Municipal Dr. Abelardo Gadelha, onde pacientes relatam a total ausência de médicos e até mesmo a falta de água na recepção da unidade.
No vídeo, Moacir afirma que a gestão municipal tem buscado o “diálogo” com os profissionais para resolver o impasse. Porém, durante um ato realizado dias antes do possicionamento do secretário em frente à sede da Secretaria de Saúde, representantes do Sindicato dos Médicos do Ceará contrariaram a narrativa do secretário. Segundo o sindicato, o canal de diálogo tem sido dificultoso e a categoria permanece sem previsão de receber os salários atrasados, principal motivo da paralisação.
O secretário também evitou comentar diretamente a situação do Hospital Municipal, que, conforme constatado pela equipe de reportagem na última quinta-feira (29), enfrenta um dos cenários mais dramáticos da rede, com estrutura comprometida e atendimento praticamente inexistente.
A tentativa de Moacir Soares de amenizar a gravidade da situação não apresentou soluções concretas. Nenhum prazo foi informado para o pagamento dos profissionais da saúde, nem houve proposta formal de negociação com os médicos. Enquanto isso, a população de Caucaia continua enfrentando filas, cancelamentos de atendimentos e a incerteza de quando a assistência médica será normalizada.
A greve dos médicos expõe não apenas a fragilidade da gestão de recursos humanos na saúde, mas também o distanciamento da atual administração, liderada pelo prefeito Naumi Amorim (PSD), diante de uma crise que atinge diretamente milhares de cidadãos caucaenses.
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