Dados de agosto de 2024 revelam um retrato preocupante da economia cearense: o número de famílias beneficiárias do Bolsa Família no estado supera a quantidade de empregos formais. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Social e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 1.460.164 famílias recebem o benefício federal no Ceará, enquanto 1.397.513 vínculos formais de trabalho foram registrados no mesmo período.

Com isso, o Ceará figura entre os 12 estados brasileiros onde o total de repasses do programa social ultrapassa o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado. O dado evidencia a forte dependência de parte significativa da população em relação ao programa de transferência de renda.

Embora o desequilíbrio ainda persista em boa parte do país, o cenário vem mostrando sinais de melhora em nível nacional. Durante o auge das medidas emergenciais adotadas na pandemia, em 2022, eram 13 estados em situação semelhante. O Rio Grande do Norte, por exemplo, deixou esse grupo recentemente após registrar crescimento na geração de empregos formais que superou o número de beneficiários do Bolsa Família.

Especialistas apontam que, para além da assistência social necessária, a saída desse quadro passa por investimentos em educação, qualificação profissional e desenvolvimento econômico regional. No caso do Ceará, o desafio está em criar condições para que mais famílias possam alcançar a independência financeira por meio do mercado de trabalho formal.

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