Um homem em surto psicótico foi morto com disparos de arma de fogo efetuados por policiais militares durante uma ocorrência no município de Itapipoca, na região Norte do Ceará, na tarde do último sábado (5). A ação gerou forte comoção e revolta entre familiares e moradores da comunidade.
De acordo com informações preliminares, a Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi acionada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que havia sido chamado para prestar socorro a Antônio Aldemir Alves, de 50 anos. Ao chegar ao local, a equipe do Samu teria se deparado com o homem portando uma faca, o que motivou o pedido de reforço policial, conforme determina o protocolo para casos de risco.
Imagens registradas por familiares mostram o momento da ação e indicam que Antônio foi atingido por mais de um tiro, inclusive na cabeça. A gravação foi compartilhada nas redes sociais e gerou uma onda de indignação. Em um dos vídeos, o filho da vítima lamenta:
“Ele estava caído no chão. Eu pedi para não matarem meu pai, mas eles foram lá e mataram.”
Em nota oficial, o Samu Ceará confirmou que os profissionais pediram apoio da PM por conta da presença de arma branca. “Os profissionais do Samu 192 Ceará pediram apoio da Polícia Militar, pois faz parte do protocolo nesses casos”, diz o comunicado.
Já a Polícia Militar afirmou que o homem estava agressivo, ameaçando os socorristas e familiares. “Os policiais ordenaram que ele largasse o objeto, mas o indivíduo avançou contra a equipe, que reagiu à injusta agressão. O suspeito foi lesionado e veio a óbito”, declarou a corporação em nota. A ocorrência foi registrada no Distrito Policial da cidade.
A família, no entanto, contesta a versão oficial. Eles afirmam que Antônio possuía laudos médicos que comprovavam transtornos psiquiátricos e não representava ameaça naquele momento. Durante o velório, familiares e amigos realizaram um protesto pedindo por justiça e cobrando apuração rigorosa da conduta policial.
O caso deve ser investigado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) e pela Polícia Civil, a fim de esclarecer as circunstâncias do ocorrido e apurar se houve uso excessivo da força.
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