A gestão do prefeito de Caucaia, Naumi Amorim (PSD), enfrenta sinais cada vez mais evidentes de fragilidade política. Se, de um lado, o chefe do Executivo tem declarado publicamente apoio à eventual candidatura de Emília Pessoa (PSDB) à reeleição como deputada estadual e de Érika Amorim como possível candidata a deputada federal, por outro, a própria base do governo na Câmara Municipal dá sinais de que não deverá seguir integralmente esse alinhamento.

Nos bastidores, parlamentares já discutem apoiar outros nomes, como o deputado Bruno Pedrosa, que, segundo fontes políticas, deve conquistar parte significativa dos vereadores e até secretários ligados à gestão. O movimento expõe uma base rachada e coloca em xeque a capacidade de liderança de Naumi após apenas nove meses de mandato.

Desafios eleitorais para Emília e Érika

A missão de consolidar o apoio à dupla Emília–Érika não será fácil. Ambas carregam o peso da baixa popularidade do governo Naumi, resultado de uma administração que, até aqui, pouco avançou em áreas sensíveis. Hospitais superlotados, Unidades Básicas de Saúde sem medicamentos, escolas sucateadas e sem professores, aulas suspensas ou transferidas para o formato remoto devido a reformas que nunca terminam, além de prédios públicos abandonados, compõem o cenário enfrentado diariamente pela população.

Vereadores da própria base reclamam da falta de diálogo com o Executivo, enquanto a imprensa local ecoa críticas constantes às falhas da administração. Esse desgaste amplia as dificuldades para que eventuais candidaturas ligadas ao grupo de Naumi consigam se firmar diante do eleitorado.

Oposição dentro da base: a “oposibase”

O quadro político em Caucaia já não se limita à divisão tradicional entre base e oposição. Surge um novo fenômeno: a chamada “oposibase”, formada por vereadores que, apesar de integrarem o bloco governista, não acompanham integralmente o prefeito em suas decisões.

Outro fator que desgasta a governabilidade é o chamado “fogo amigo”. Exemplo disso é o vereador Tancredo dos Santos, aliado de Naumi na Câmara, mas crítico do governador Elmano de Freitas (PT), que integra a mesma base política do prefeito. A postura de Tancredo gera instabilidade e levanta dúvidas sobre a confiabilidade do apoio do governo estadual à atual gestão de Caucaia.

Liderança em xeque

Com aliados divididos e populares insatisfeitos, a capacidade de Naumi Amorim de articular uma base sólida para as próximas eleições parece cada vez mais enfraquecida. A tentativa de projetar Emília Pessoa e Érika Amorim como representantes de seu grupo político esbarra não apenas na crise de popularidade de sua gestão, mas também na falta de unidade entre aqueles que deveriam sustentar o governo.

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