O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou nesta segunda-feira (4) a segunda edição do levantamento “Nomes no Brasil”, com dados atualizados do Censo Demográfico 2022. A nova versão do estudo traz uma importante novidade: além dos nomes próprios, agora também inclui os sobrenomes mais frequentes entre os brasileiros.
De acordo com os resultados, Maria e José seguem firmes no topo da lista nacional, assim como na edição anterior, baseada no Censo 2010. Entre os quase 130 mil nomes próprios registrados no país, os dois continuam sendo os mais comuns. Já entre os mais de 200 mil sobrenomes analisados, Silva aparece como o mais presente, identificado em 16,76% da população brasileira.
O site oficial do projeto permite explorar os nomes e sobrenomes por gênero, período de nascimento, letra inicial e localidade — desde o Brasil como um todo até cada unidade da federação e município. “A versão anterior foi um sucesso absoluto e inesperado de público. Agora, além de atualizar os dados, ampliamos as possibilidades de análise”, afirma Rodrigo Almeida Rego, gerente de Inovação e Desenvolvimento do IBGE e responsável pelo projeto.
Caucaia: Ana e Francisco no topo da lista
No município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, o levantamento aponta que os nomes Ana e Francisco são os mais populares entre os moradores. O resultado reforça uma tendência observada em várias cidades do Nordeste, onde os nomes tradicionais e de origem religiosa continuam predominando nas escolhas das famílias.
Curiosidades regionais
O levantamento também revela padrões curiosos em outras regiões do país. No Ceará, por exemplo, o nome Maria representa 22,30% da população de Morrinhos e 22,21% de Bela Cruz — ou seja, a cada 100 moradores, 22 se chamam Maria. Já em Santana do Acaraú (CE), uma em cada dez pessoas se chama Ana. No Piauí, o nome Antonio é o mais popular em Buriti dos Montes, onde 10,06% dos habitantes o possuem.
Entre os sobrenomes, Santos lidera em Sergipe, onde 43,38% da população o utiliza. Em Alagoas e Pernambuco, o clássico Silva está presente em mais de um terço dos registros — 35,75% e 34,23%, respectivamente.
Nomes que saem e entram em moda
Ao comparar os dados por década de nascimento, é possível perceber mudanças nos nomes mais escolhidos ao longo do tempo. Nomes tradicionais como Osvaldo e Terezinha apresentam idade mediana de 62 e 66 anos, indicando declínio nas gerações mais jovens. Já nomes modernos, como Gael e Helena, têm idades medianas de apenas 1 e 8 anos, mostrando que estão em alta nas últimas décadas.
Onomástica e cultura
O site também traz uma seção dedicada à Onomástica, o estudo dos nomes próprios, que permite explorar como nomes e sobrenomes refletem aspectos culturais, históricos e sociais. A ferramenta destaca como as preferências de nomeação mudam conforme o tempo e as influências regionais.
Nomes no Mundo
Uma das novidades mais interativas é o mapa “Nomes no Mundo”, que permite descobrir os nomes e sobrenomes mais comuns em diversos países e compará-los com os registros brasileiros. Por exemplo, o sobrenome mais popular da China, Wang, aparece em 1.513 registros no Brasil. Na Bolívia, os nomes mais comuns são Juan e Juana, com 67.908 e 3.113 registros no país, respectivamente.
Sigilo e metodologia
Por motivos de sigilo estatístico, nomes e sobrenomes com menos de 20 registros não são exibidos. Também há restrições na exibição de mapas e gráficos quando os dados são insuficientes — medida que evita a identificação de indivíduos.
O levantamento se baseia nas listas de moradores coletadas pelo Censo 2022, com data de referência em 1º de agosto de 2022. Foram considerados o primeiro nome e o sobrenome completo de cada pessoa registrada. As variações de grafia, como Ana e Anna, Luis e Luiz, foram tratadas separadamente, mantendo a grafia original informada.
A primeira edição do “Nomes no Brasil”, lançada em 2016, foi baseada no Censo 2010. Agora, com a nova versão, o IBGE amplia o estudo e oferece uma ferramenta mais completa e interativa para compreender como os brasileiros se chamam — e o que isso revela sobre nossa cultura.
📊 Confira o levantamento completo: https://censo2022.ibge.gov.br/nomesnobrasil




















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