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Governo manda Meta suspender, no Brasil, uso de dados de usuários para treinar inteligência artificial

Despacho da Autoridade Nacional de Proteção de Dados foi publicado nesta terça; uso dos dados para treinar IA consta em nova política de privacidade.


Foto: G1 - Globo.com
Despacho da Autoridade Nacional de Proteção de Dados foi publicado nesta terça; uso dos dados para treinar IA consta em nova política de privacidade. Multa prevista é de R$ 50 mil; g1 tenta contato com empresa. A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) determinou que a Meta – big tech responsável pelo Facebook, pelo Instagram e pelo WhatsApp – suspenda a validade no Brasil da nova política de privacidade da empresa sobre o uso dos dados pessoais dos brasileiros.

A decisão atinge especificamente a intenção da Meta de usar esses dados para "treinar" sistemas de inteligência artificial generativa – ou seja, para compor o banco de dados usado pelas IAs para gerar respostas automatizadas.

O g1 tenta contato com a Meta, que já defendeu a validade de sua política de dados em ocasiões anteriores (veja abaixo).

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O despacho foi publicado no "Diário Oficial da União" desta terça-feira (2) e prevê multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento "em virtude do risco iminente de dano grave e irreparável ou de difícil reparação aos direitos fundamentais dos titulares afetados".

A decisão foi tomada pelo Conselho Diretor da ANPD, e o documento é assinado pelo diretor-presidente da autoridade, Waldemar Gonçalves. Segundo o despacho, a ordem é para cumprimento imediato.

No prazo de cinco dias, a partir de quando for intimada, a Meta deve apresentar ao governo:

documentação que ateste a mudança da Política de Privacidade dos serviços da empresa, para excluir esse trecho sobre o uso dos dados pessoais para treinar IAs generativas;

declaração assinada por representante legal atestando que o uso dos dados foi suspenso.

Dados pessoais para 'treinar' IA

O caso ganhou atenção em 4 de junho, depois que a Meta informou na União Europeia e no Reino Unido que a sua política de privacidade passaria a prever a possibilidade de usar dados de usuários para treinar sua IA.

Com a repercussão negativa, a empresa voltou atrás e adiou a mudança da política na Europa – mas não fez o mesmo para o Brasil.

Quando o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) acionou o governo contra a nova política de privacidade desses serviços, a Meta afirmou que o uso das informações para treinar uma inteligência artificial é de seu legítimo interesse, bem como de seus usuários e outras pessoas.

"Estamos comprometidos em desenvolver a inteligência artificial na Meta – nossa coleção de recursos e experiências generativas de inteligência artificial junto com os modelos que os alimentam – de forma segura, responsável e atendendo as regulações de privacidade no Brasil", disse a companhia ao g1 em 23 de junho.

Treinamentos de modelos de inteligência artificial envolvem o uso de grandes quantidades de dados e são necessários para que, em uma etapa seguinte, eles sejam capazes de analisar informações e até gerar conteúdo por conta própria.

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