O governo do Piauí, comandado por Rafael Fonteles (PT), enfrenta uma onda de críticas nas redes sociais após veicular uma propaganda institucional acusada de reforçar estereótipos racistas. O vídeo, que visa divulgar o sistema de rastreamento e recuperação de celulares roubados no estado, mostra um jovem branco sendo furtado por dois jovens negros.

Na peça publicitária, o rapaz branco caminha tranquilamente ouvindo música com fones de ouvido, quando dois jovens negros o observam e planejam o furto. Eles conseguem roubar o celular sem que a vítima perceba. Em seguida, a narrativa mostra o dispositivo sendo rastreado e recuperado pela polícia, que prende os dois jovens — novamente reforçando a imagem deles como criminosos.

Nas redes sociais, internautas e ativistas denunciaram a campanha por racismo e por reforçar a associação entre negritude e criminalidade, um estereótipo historicamente combatido por movimentos de direitos humanos.

Em nota, a Secretaria de Comunicação do governo do Piauí negou qualquer conotação racista na propaganda. Afirmou ainda que o vídeo faz parte de uma série inspirada no clássico piauiense “Ai Que Vida”, e que o objetivo foi retratar situações cotidianas de forma “realista e didática”.

Apesar da justificativa, o caso provocou forte repercussão e reacendeu o debate sobre responsabilidade governamental na construção de narrativas públicas e no combate a estereótipos raciais.

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