A retirada do monumento “Catraca Livre”, localizado na entrada de Caucaia, é vista por muitos como um ato simbólico e deliberado de apagamento da história recente da cidade. A ação ocorre após a gestão do prefeito Naumi Amorim (PSD) já ter mudado o nome do programa Bora de Graça para Passe Livre e comunicar oficialmente ao Ministério Público o interesse em encerrar a gratuidade universal do transporte.

A atual administração não apenas altera nomes, mas intensifica a tentativa de apagar da população a memória do programa Bora de Graça, que garantiu a liberdade plena de ir e vir para milhares de caucaiense — sem catraca, sem tarifa, sem exclusões.

O monumento retirado foi instalado em celebração aos três anos do Bora de Graça, política  que colocou Caucaia no mapa nacional como referência em transporte público gratuito. Para a população, o ato da gestão soa como afronta às conquistas sociais e desrespeito à memória coletiva. Não é apenas uma escultura derrubada, mas um símbolo arrancado — um gesto político.

Desde o início do mandato, a gestão Naumi acumulou sucessivas medidas contra o programa: contingenciamento de mais de R$ 1 milhão no orçamento, redução da frota, retorno das catracas nos ônibus — que antes aceleravam o embarque e garantiam dignidade —, mudança de identidade visual e oficialização do interesse em restringir o acesso ao benefício.

Com mais este movimento, consolida-se a percepção de que a Prefeitura não busca apenas reformular políticas públicas, mas reescrever a história — apagando, peça por peça, o legado do Bora de Graça construído com orgulho pela população.

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