O deputado federal André Fernandes (PL-CE) voltou a gerar forte polêmica nesta semana após pedir um minuto de aplausos pelos mais de 100 mortos durante a Operação Contenção, conduzida pelas polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha. O parlamentar fez o pedido logo após o minuto de silêncio dedicado aos quatro agentes de segurança mortos na ação, argumentando que o resultado da operação merecia “celebração”. O número de mortos superou o massacre do Carandiru, ocorrido em 1992.
A declaração foi aplaudida por colegas do PL, mas causou indignação nacional, especialmente diante das imagens que circularam nas redes sociais mostrando corpos sendo retirados e expostos nas vielas das comunidades. A postura de Fernandes foi classificada por críticos como autoritária e desumana, reforçando o discurso de extermínio e o uso da força como símbolo de poder político.
Especialistas em segurança pública e direitos humanos reagiram com preocupação. Para eles, a fala do parlamentar representa uma visão ultrapassada e perigosa de combate ao crime. “Não se combate facções com aplausos à morte. O enfrentamento eficaz exige inteligência, investigação e ataque aos fluxos financeiros das organizações criminosas, não execuções em massa”, pontuou um pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Essa não é a primeira vez que André Fernandes exalta a letalidade policial. Em outro momento, o deputado chegou a sugerir a criação de uma premiação para os policiais que mais ‘matassem traficantes e faccionados’ no Ceará — proposta amplamente criticada por especialistas e entidades de direitos humanos.
As declarações do parlamentar e o alto número de mortes na Operação Contenção reacendem o debate sobre a ética, os limites e a eficácia das políticas de segurança pública no Brasil. Enquanto parte da classe política insiste em tratar o combate ao crime como guerra, especialistas alertam que essa retórica militarizada apenas multiplica vítimas e enfraquece o Estado Democrático de Direito.
“Aplaudir a morte de brasileiros — sejam criminosos ou não — é sinal de um país adoecido e de uma política que perdeu o rumo da humanidade”, resumiu um jurista ouvido pela reportagem.
Análise editorial
O discurso de André Fernandes ecoa traços de autoritarismo e desprezo pela vida humana, típicos de regimes que substituem justiça por vingança. Ao transformar a morte em espetáculo e aplauso, o parlamentar expõe um sintoma grave da política brasileira: a banalização da violência como ferramenta eleitoral e ideológica. Em vez de fortalecer as instituições e discutir soluções estruturais para a criminalidade, discursos como esse alimentam o ódio, naturalizam a barbárie e afastam o país daquilo que deveria ser o verdadeiro objetivo de qualquer Estado — a preservação da vida e da dignidade humana.
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